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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Capela São Francisco, RS, 15 de dezembro de 2009



Acordei novamente cedo para ajudar. Nem tanto como eles, que nunca vejo saindo. Mas pelas 7h 30min estava de pé, a última a levantar.

Como as meninas haviam ido para o colégio - últimos dias - eu cá fiquei a contribuir, como ontem no fim do dia, na limpeza da casa e no que podia com a cozinha. O rodeio rende, especialmente aos que organizam! As roupas sujas acumuladas deram serviço à Tânia por toda a manhã. “Os homens aqui não ajudam porque também trabalham, na roça, o dia todo” - dizia, não sei se por conformismo ou aceitação.

Eu fiz o que pude, e no final da manhã telefonamos a fim de saber se havia como, na quarta-feira, fazer uma última apresentação aqui no salão e, quiçá, apresentar um dia na escola das meninas em Monte Alegre. Dona Lita quem ligou para lá: “Oi, é a mãe do Zoreia.. Escuta, tem uma menina aqui lá da Bahia, e ela faz apresentação de teatro, é bem legal, pra criança e quem mais quiser ver. Ela tá começando, pensei nela apresentar aí pras crianças, na gente dar uma força pra ela, tá indo pra casa da mãe em Santa Cruz..” - atrás dela dei uma risada inocente, lembrando do caminhar de anos e do “começando” dito por ela.. é isso aí! Continuou: “É, aí cada um dá quanto pode.. Ah, é com ela que tem que falar? Tá, eu ligo mais tarde então.. Brigada, tchau!”

À tarde a moça retornou a ligação, daria para apresentar só na segunda, essa semana havia as provas finais. Disse ser tarde - é tempo demais para ficar por aqui, acho abuso, pensei. E disse que não daria, então, obrigada.







Depois fomos colher mais ameixas, e com mais pessoas colhendo fiquei um tempo sem bocó. Mas cansa-me ver outros trabalhando e não trabalhar junto, não suporto por nem cinco minutos. E dava um jeito de carregar os caixotes, colher colocando no boné, levando nas mãos. E comendo uma ou outra, porque ninguém é de ferro!









Já sinto vontade de seguir, embora aqui esteja maravilhoso o estar, e insistem para eu permanecer. Percebo que a tranqüilidade em eu ficar é o fato de sempre estar ajudando, disposta, com o que for. Mas coçam-me os pés para pegar a estrada, a mão para fazer bonecos, e aqui não há como. Faltam poucos dias até a chegada, estou bastante ansiosa.

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