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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Capela São Francisco, RS, 17 de dezembro de 2009

Conversando, sentindo e perguntando, resolvi ficar mais uns dias por aqui, dias suficientes para que a ida a Santa Cruz seja direto desta estrada. Não tenho pressa em conhecer outros lugares e pessoas porque há muito ainda a se conhecer por aqui com estas pessoas, estes lugares, e por notar sinceridade no insistir deles e delas para que eu fique mais um pouco.





 Hoje foi a formatura do período pré escolar da Vitória, a pequena. Fui convidada: é no salão da escola, em Monte Alegre, de manhã.
Não esperava tanto.





A solenidade, com direito a discursos das professoras e presença de autoridades locais, foi para cerca de quinze crianças vestidas com becas brancas e vermelhas. Filmagem, mesas para convidados separadas por alunos/as, salgados e refrigerantes. Promessa dos pequenos, de mão erguida: “sei que hora de brincar é brincar, e hora de estudar é estudar (...) seguindo em frente para o futuro do Brasil” - sim, falaram isto! No final, saindo a banca, uma apresentação dos pequenos ao som da Xuxa: vou pintar um arco-íris de energia. Cantávamos isto no meu tempo, não haverá nada mais criativo, e novo? E as crianças nervosas, sérias, seguiam a professora com suas cores desbotadas.

Perguntei depois à Vitória se havia gostado da cerimônia. A-do-rei! - disse. Pena não parecer, lá, criança. O único que vi se divertir era o Matheus, colega com síndrome de down que não parava na cadeira, divertindo a todos com seus sorrisos inusitados e seus abraços não programados.


Tão pequenos precisam, realmente, de momentos tão formais? Não será a infância período mais propício para o improviso, o aflorar de conhecimentos novos trazidos por eles e elas, e não os nossos - dos adultos que já se acomodaram com o viver?

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