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domingo, 18 de outubro de 2009

Salvador, BA, 11 de outubro de 2009

RODOVIÁRIA, 22h 04min


Malas, abraços, homens de crachá, crianças choramingando pelo sono que vem.

Estou na rodoviária, eu e minha bagagem pesada de fim de feira. Tranquila, parece-me uma viagem qualquer de encontro de mãe.

Cheguei cedo, 20h e 30min para garantir a passagem: se não for o das 22h 50min vou no das 21h. Deu para o de mais tarde, não chego lá tão cedo. Arrumo com o que me distrair.

Fui na papelaria, comprei gibis. Obrigado, amor, pela excelente dica! Mônica? Heróis? Não, Pateta. Uma delícia, há anos distante. Depois pãezinhos de sogra, e cuidadoparanãocomertudo,paracomeramanhã! – minha consciência grita, aflita.

Escovar os dentes, faxineira faceira a cantarolar em notas agudas. E agora um brincar de escrever.

Foi meu sogro quem me trouxe, pessoa também incrível. Silencioso. De bigodes, torcedor assíduo do Vitória. Engraçadíssimo ao beber. Silencioso.

Nunca havíamos conversado tanto, eram sempre quietos nossos trajetos. Hoje falamos até aqui, recomendações para a viagem, mas para que o interior? Ajudou-me com as malas ao sair de casa, machucou a coluna. Espero estar melhor.

Achei que estaria ansiosa, não estou. Sentindo-me só? Nem um pouco. Tranquila, aguardo.

A chuva passou após um dia inteiro de choro. E Paulinho Moska canta “Tudo Novo de Novo” em meus ouvidos de sono.

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