APRESENTANDO EM BH
ou
“ENTÃO PEGA SEU MATERIAL E TIRA DAQUI”
ou
“APRESEENTA! APRESEENTA! A PRAÇA É NOSSA!!”
Parque Municipal, domingo de manhã. A maior feira de rua que vi, equiparada ou maior que a Feira da Redenção em Porto Alegre. Gente por todos os lados, saindo dos becos, das ruas, das vielas das calçadas e dos carrinhos de mão. E lá vou eu, ali no meio, tentando não atropelar ninguém com minhas malas e carrinho e guarda-chuva – caso o Seu Pedro lá decida mandar uma chuvinha pra refrescar o povo.
Diego não pode vir, conseguiu um trabalho em cima da hora. Mas me indicou tudo, como chegar, como ir, onde fazer. E fui eu lá.
Chegando, arrumei as coisas, flor para lá, caixinha de som para cá, ovo escondido. Chegando, coloquei a roupa, e uma multidão foi se aproximando, sentando no chão e ficando próximo, em pé. E quando estava tudo pronto, de costas pus o nariz e veio um homem alto, grande, você não tem autorização, não pode apresentar, então pega seu material e tira daqui. Silêncio, eu já de nariz, tive o intuito de tirar enquanto o homem se afastava, o povo todo ali, a maior roda que já tive, eu imóvel, e começaram a reagir, não sai não, a praça é nossa, apresenta. Tive medo, e se me tirarem? Vamos com você, ajudamos a levar as coisas, foi o que me falaram e eu acreditei, com medo fui no embalo e apresentei Palitolina. Pouco depois a euforia da apresentação fez-me esquecer da tal autorização não tirada, e improvisava com o menino que comia coraçõezinhos, comendo com ele. Fim de peça, parabéns, bláblá, lá vem uma mulher forte de colete falar comigo com um papel na mão. Pensei ais, de todos os tipos e com todos os pontinhos nos ‘is’. Pensei é multa, ele me avisou e eu não fui. Pensei me ferrrei.
Ela foi extremamente educada, disse que ali prejudicava o percurso do trenzinho que percorre o Parque, e me deu o papel. Era o telefone dela, me ligue quando for apresentar, eu autorizo e indico onde é melhor para nós e para você. Alívio, e foi embora a mulher. Vieram algumas pessoas, algum problema? Estavam esperando para ver o que era, para ajudar em qualquer coisa, não deu nada, né?! Não, não deu. Guardei meu material, ovo sujo no peito, chapéu cheio de ‘incentivo dinheirístico’ e voltei pra casa, carrinho no meio do povo.
À tarde fui para outro local, a Praça da Liberdade, e crianças que haviam assistido pela manhã voltaram lá à tarde para me (re)ver. Coreto, flores, fotos. Ganhei junto com o chapéu balinhas e poesia, que postarei aqui mais tarde.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
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