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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Holambra, SP, 03 de novembro de 2009



Há moinhos aqui, e o maior deles foi o que fui conhecer hoje cedo.

Tijolinhos, janelas quem lembram desenhos antigos,

e informações para turistas

(se soubesse que havia um guichê aqui.. no mapinha não indica!)


Ali ao lado há uma coleção de casinhas.

É um Parque Residencial onde moram só maiores de 60 anos

(determinação deles, que não queriam vizinhos barulhentos!)


No moinho, uma senhora puxou assunto comigo, Hanskle lobskt, o kank.. Cuma? – pensei. “Alguns são holandeses, eles conversam entre si nesse idioma. Muitos já esqueceram o português, por conta da idade, e resta a eles e elas falar apenas a língua materna”.

Por toda a cidade se vê senhoras e senhores de bicicletas, e lá vai uma, cabelos curtos branquinhos voando ao vento, como algodão quando se atira dos galhos. Anda rápido, com sua cestinha presa à bicicleta. Tot ziens!


ANJAS NO CAMINHO


Tenho que ir, as pousadas e hotéis aqui são muito caros! Tentei desde ontem falar com um pessoal de uma comunidade aqui perto, mas só terei o resultado amanhã. Mãe, o quê acha? Vou para Campinas e São Paulo, seguir viagem, não dá para ficar gastando aqui, não há gente nas praças para apresentar.

Pego as malas todas todas. Vou para o ponto. E pergunto a seu Mané da banca de revistas os horários do ônibus, sabe tudo Seu Mané, pessoa das mais simpáticas por aqui, ajudando a todos e todas.

Aí lá, sentada, indo, mas querendo ficar, lembrei de ontem, quando apresentei o Mundo Miúdo em um bar/lanchonete daqui. Tem rendido, essas apresentações! Conheço pessoas e graninha no chapéu. E lembrei das crianças que queriam assistir a todo instante, chamando pessoas das outras mesas, e lembrei de Marisa, uma moça/mulher simpática que foi a primeira a assistir, “é difícil ver trabalho tão bom de gente tão nova”. Ela disse também que trabalhava no Departamento de Cultura da prefeitura daqui de Holambra, e disse que passasse lá.

Ia demorar ainda um pouco o ônibus, Seu Mané o Depto de Cultura é pra onde? Lá, deixa as coisas aqui, querida. Fui tentar a sorte vestida de coincidência.



Pessoa maravilhosa, Marisa me recebeu. E em dois tempos ligou para inúmeras pessoas entre Secretarias de Educação, Cultura, pessoas jurídicas e amigos. “Aqui não temos verba, mas no que eu puder ajudar, eu ajudo”. E conseguiu um lugar para eu ficar essa noite e um bom lugar para eu apresentar o Mundo Miúdo.

Conversa animada no departamento, pessoas a perguntar, conversar e rir.

Fui até a casa de Marisa.

Ajudou a carregar o carrinho, contou-me sua história de vida, fazendo de tudo pela educação dos filhos. Contou de sonhos, livros e das comidas do marido, chef de cozinha, também pessoa adorável, que a agradava com seus pratos preferidos e a fazia sair do regime a todo instante. E os despedimos felizes pelo encontro.


Apresentei o Mundo Miúdo em um dos mais requintados restaurantes daqui, e meu chapéu nunca ficou tão cheio de notas altas. Depois vim para casa de Dona Dinha, que me recebeu de braços abertos, oferecendo tortas e bebidas. Dona Dinha é costureira, e o quartinho que estou é recheado de panos, linhas, moldes e traços. Parece o ateliê de minha mãe!


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