A água cintila no branco da luz.
(E que espécie de peixe é esse que brinca de se esconder na superfície?)
Lá fora os carros correm como labaredas pela ponte,
enquanto que aqui dentro,
aqui, em mim,
o estar só é mais do que tranqüilidade,
é moradia.
Lá fora, neste banco que tenho-me sentada,
uma imensidão de formigas formigam na madeira
E aqui eu sou só ternura.
Hoje tomei consciência de que estou, em minha vida, exatamente onde e como eu queria estar.
Com acréscimos, com acréscimos.
E estando, tudo que sinto é uma imensidão de possibilidades, de caminhos de vida,
e nenhuma agonia.
Aqui dentro sou só jardim de infância, aconchego.
Aqui só cabe um dia de cada vez,
e vivo-o inteira
sem contudo deixar de sonhar e batalhar por um futuro.
Aqui d’onde estou posso ver minha alma faceira,
a andar de bicicleta em estradas sem fim, cabelos ao vento.
Aqui em mim não há teto,
só céu,
clarões de amanhecer.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
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