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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SEMINÁRIO DE COMICIDADE

Anjos do Picadeiro 8, mesa de debates.


Primeira turma: Biriba, Biribinha, Serelepe e Bebé, representantes de peso de circo-teatros de há décadas que percorrem cidades do interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Anos de histórias em minutos de síntese. Causos. Famílias provenientes da mesma raiz.

Depois a segunda mesa do dia, a quarta do Encontro. Juliane – alguém lembra o sobrenome?), doutora que estudou o palhaço. Gláucia Grigolo e Renato Turnes, cineastas que fizeram um trabalho de registro com o circo do Biriba. Ermínia Silva, pesquisadora referência do circo no Brasil, que respeito muito. E eu.
Estava nervosa, muito. Não sabia como seria isso, vim para trocar idéias, mas não tinha nem noção de como a recepção ao trabalho se daria. Chegando a minha vez, comecei.
Havia pensado em uma sequência para falar, e fui.


Não consegui falar direito. De início, falava e parecia que ninguém ouvia, baixavam as cabeças, só agora penso “estavam escrevendo?”. Não sei. Sei que fiquei ainda mais nervosa com as cabeças baixas, por quê vim? Tentando combater ou diminuir o nervosismo, fixei os olhos em duas ou três pessoas que vi que me olhavam interessados – uma fui ver mais tarde (sem a luz da frente) era Ana Luísa Cardoso, referência, para mim, de palhaça no Brasil. Olhava muito para ela porque me respondia alegremente com o olhar, e isso me dava força.

Dali a pouco engasguei. Difícil falar de algo que está tão vivo em mim, difícil distanciar. Respirei, bebi a água que me deram. Tentei novamente, vou conseguir, vou conseguir.
Soube dos seminários no último dia de inscrição nos mesmos, no blog do Anjos do Picadeiro tentando descobrir os dias certos do evento. Achando-os [os seminários], pensei em me inscrever para conversar sobre o projeto, achei que teria muitas certezas nessa etapa do percurso e poderia contar as ‘grandes novas’. Engano doce o meu, não tinha, nem tenho. Então, já na mesa, resolvi relatar, apenas, fragmentos do vivido. E relembrar Dona Bil, Dona Diu, Seu Betinho, Dona Maria, Arlete, dentre tantos, foi demais para mim. Caí em lágrimas. Mostrei fotos.E concluí.


A reação ao trabalho foi das melhores, mais do que o esperado. Aplausos de pé, coisa que não vi em outras mesas, tímida fiquei. E depois era Ermínia quem falava na mesa de mim, que era circo o quê eu fazia. Mas assim, sem lona? Sem família, sem várias pessoas, acrobatas, bilheteria? Disse que sim, que a essência é a mesma. E apresentou o site CIRCONTEÚDO, um local maravilhoso de trocas online que disponibiliza todos os tipos de materiais que se relacionam ao circo, palhaços, às pesquisas relacionadas à área. [www.circonteudo.com.br]. E depois, parabéns pelo trabalho, justificou a minha vinda para cá – era alguém do público quem falava, alguém que mais tarde se tornou um grande amigo, o mundo é bom, Sebastião! E outras pessoas, que legal, que bacana o projeto, o trabalho.




 Fiquei contente, embora gostaria de ter ouvido mais sugestões, gente falando das possíveis falhas, deixando-me questionamentos, diálogos para ambos os lados da questão. Mas tudo bem, saí feliz, pessoas se aproximaram, e isso foi muito bom!

Não nego que, antes de falar, pensei no que pensariam eles, o ‘público’ do seminário, sobre o eu-palhaça, tão nova na área, afora as falas de “parabéns pela coragem”. Já vi muitos grupos que, se apresentando no interior, não se importam muito com a qualidade do que apresentam, lá nunca se viu nada, posso levar qualquer coisa que gostam. Nunca concordei com essas falas e pensamento. E não queria que pensassem como se eu fizesse isso, como se eu levasse qualquer coisa, não tentasse levar o melhor para cada povoado.




Mas depois relaxei. Só eu ali era capaz de saber das relações, das trocas, do que dava e não certo, nada do que dissesse ia mudar o passado de experiências vivas, nem o que pesavam, e nem precisava.
 Isso é ego, isso é ego meu, pensei, querer que saibam que é bom. O quê sei eu se é realmente bom ou não, afora minha visão meio torta? Engoli e fui.

6 comentários:

Anônimo disse...

Lindona, Claudinho, Laili e Gessé passaram no mestrado! Beijos e continuo te acompanhando.

Anônimo disse...

Realmente, querida,não se pode
dividir com o devida clareza,
nossas vivências e sentimentos...
O próprio sentir é único e pessoal.
Nos basta e conforta,nos alimenta
e nos engrandece...
Fique com teu coração repleto de
tuas verdades e emoções...
Você buscou tudo isto porque precisava encontrar estas verdades,
e também por isto te amo.
Ruth

Diane disse...

Uau! Adorei este post. Muito bom, fico feliz. E sem palavras. é muito gostoso acompanhar seu blog.
Um cheiro...

Di

Anônimo disse...

oiiiiiiiiiii! Fiquei feliz de me ver aí do seu lado...
Parabéns mais uma vez!
E vou pro sul da bahia em fim de Janeiro ou inicio de fevereiro, vc vai estar lá?
bjs
Sucesso
Ana Luisa
Palhaça Margarita

Claudio Mendes disse...

Conta mais.

Vampira Dea disse...

Minha linda, vc nem pode imaginar o quanto me sinto feliz por saber que está realizando seus sonhos, pesquisando e trabalhando como sempre planejou. Vc está criando um caminho lindo na sua vida.
Parabéns pelo blog, está um encanto, te adoro menina, beijos.